quarta-feira, 19 de agosto de 2015

19 de agosto, dia do Historiador




Hoje, 19 de agosto é dia do historiador. Como sou um deles, quis aproveitar o dia pra conversar. Enquanto uns dão importância, outros simplesmente viram as costas ao que falamos. Vivo isso todos os dias. Tá nada fácil pra quem, de uma profissão tão bonita e complexa, decide viver. Muitos acham que somos soberbos, outros acham que falamos bobagens, outros acham que somos "museus ambulantes" (Pois é, já ouvi isso, fora que vivemos de passado). O mais interessante é que quem nos ouve, são pessoas que conseguem sair da ignorância e mudar o meio em que vive, seja a escola, a família, o trabalho ou a sociedade.  Fato é que analiso a História do Brasil na atual situação e fico cada vez mais convicta de como não somos nós que falamos bobagens e que cada vez mais tenho orgulho da minha escolha. 

Uma vez comentei com uma pessoa que os ignorantes são mais felizes e cada vez mais tenho certeza disso. Para ilustrar, cito o colega de profissão, Leandro Karnal, Historiador da Unicamp, faço dele minhas palavras. Espero que saibam ao menos entender o que ele disse: "As pessoas 'felizes' no Brasil, são aquelas que acreditam profundamente, e muitas pessoas acreditam, que a corrupção fica a cargo de um partido. As pessoas que acham que a corrupção está a cargo de um partido e que bastaria tirar esse partido do poder para que o reino da justiça e da igualdade se instalasse no país, são pessoas muito felizes. São pessoas que substituíram cultos como o do Papai Noel e do Coelhinho, pelo culto da corrupção isolada. E quando eu digo isso, eu não estou dizendo que um ou outro partido não sejam notáveis pela corrupção. Estou dizendo o que eu venho dizendo seguidas vezes em muitas manifestações na televisão e textos que a corrupção que Hamlet nota começa no leito da sua mãe na Dinamarca. A microfísica do poder. A corrupção começa no andar pelo acostamento. A corrupção começa no recibo de dentista comprado para entregar ao imposto de renda. A corrupção continua no atestado médico falso entregue pelo pai para justificar o filho que apenas vagabundeou para a prova. A corrupção continua com o colega que na aula de ética, política e filosofia assina a lista pelo colega, estudando Espinoza e a sua ética. A corrupção continua em todos os lugares e apenas numa ponta do iceberg, como o último elemento da corrupção, ela chega a um partido, a um governo e a um poder. Se a corrupção fosse de um grupo, eu seria uma pessoa profundamente feliz. Rejeitaria Hamlet, adotaria Paulo Coelho. Seria uma pessoa absolutamente tranquila, por que a partir deste momento eu teria consciência que eliminando aquelas pessoas que são do mal, eu estaria livre."

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