terça-feira, 21 de outubro de 2014

A terra dos meninos pelados - Graciliano Ramos 6º ano






O livro de Graciliano Ramos é considerado o primeiro livro infantil que trata de questões sociais. Quando foi publicado pela primeira vez, em 1939, Ramos questionava o ser diferente. Um menino que não tinha cabelos e um olho de cada cor era chacota das crianças que ele conhecia. Raimundo era diferente e sempre estava sozinho por causa disso. Hoje é o que chamamos de Bullying.
É um livro diferente de todos de Graciliano. É contado em forma de realismo fantástico, também chamado realismo mágico ou realismo maravilhoso. Esse tipo de literatura surgiu no século XX e tem elementos mágicos ou fantásticos que, mas que dão a ideia de que fazem parte da “normalidade”, como no livro, Raimundo vai para Tatipirun e lá todos os meninos acham normal ter um olho de cada cor e não ter cabelos. Também o que acontece na história e que tem relação com o realismo fantástico é que há uma transformação do comum e do cotidiano em uma vivência que inclui experiências sobrenaturais ou fantásticas.
É um livro extremamente sensível, que aborda “o que é ser diferente?”.

Raimundo, sempre vivia isolado e se escondendo. Não gostava que zombassem dele por ser diferente e quando ficava triste, fechava o olho direito, depois o esquerdo, falava sozinho e achavam que estava ficando maluco. Um dia em que estavam zombando dele, ele fechou os olhos, as vozes dos meninos sumiam, ele atravessou o quintal e o morro e coisas estranhas aconteceram. Estava em Tatipirun. Ficou surpreso ao ver que era perto de casa e que a estrada em curvas era reta. Passou um automóvel por ele, mas ele tinha um olho preto e um azul. Uma laranjeira lhe deu passagem toda amável veio falar com ele que tudo e todos em Tatipirun eram muitos educados e que ali também não existiam espinhos. Deu-lhe uma laranja e Raimundo seguiu seu caminho cheio de coisas estranhas.
O menino chegou à beira do rio das sete cabeças onde se encontravam os meninos pelados. Havia uns quinhentos, de todos os tipos, mas todos completamente carecas e com um olho azul e outro preto. Raimundo ficou com medo que também zombassem dele, mas não. Um deles perguntou de onde era, Raimundo disse que era de uma terra distante, chamada Cambacará e o outro perguntou se ele havia encontrado Caralâmpia pelo caminho. Ele perguntou se era a laranjeira e todos riram dele que saiu encabulado e não viu o rio, caindo nele. Mas as duas margens se aproximaram e a água desapareceu. Ele deu um passo e então chegou ao outro lado do rio onde se escondeu atrás de uma árvore. Então o rio de novo se abriu. O tronco disse que ele não precisava se esconder por que os meninos estavam apenas brincando e lhe apresentou sua amiga, a aranha vermelha que lhe ofereceu uma túnica para vestir. Ele escolheu a azul, da mais pura seda. Ficou descalço e se sentiu em casa, mas estava preocupado com a sua lição de geografia. Precisava voltar para casa.
Os outros meninos estavam à procura do menino que veio de Cambará, mas ele disse à rã na beira do Rio que Cambacará não existia, foi ele quem inventou. Os meninos o encontraram e perguntaram por que ele havia fugido. Um deles era  Pirenco. Raimundo queria saber se o rio abria e fechava por que havia alguma máquina que fazia isso, mas uma menina, a Talima disse que não, que todos os rios eram assim. Ali também conheceu Sira.
Os meninos dizem a ele que Caralâmpia era uma menina que virou princesa e sumiu. Todos saíram à sua procura. Raimundo aprende muitas coisas e quando fala das coisas de Cambará os meninos acham que ele é extravagante. Lá em Titipirun não tem chuva, não tem construções, não faz calor nem frio, não há noite, os paus conversam, ninguém adoece, ninguém cresce...
Avistaram Caralâmpia no meio de vários meninos, com uma túnica azul, um broche de vaga-lume e com pulseiras de cobra coral. Os meninos colocaram Raimundo para falar com a princesa e ele disse que sua terra era muito bonita e que se um dia ali fosse morar que traria seu gato.
Depois foram caminhar e encontraram a Sinhá Guariba e pediram que ela contasse histórias, mas ela não contou. Estava caduca. Então Caralâmpia conta por onde andou, mas Raimundo precisava voltar. Entristeceu, chorou, mas disse que tinha a obrigação de estudar geografia. Despediu-se e disse que ficaria com saudades. Foi até a beira do rio, devolveu a túnica à aranha e foi embora, prometendo ensinar às crianças de Cambacará o caminho para Tatipirun e que se lembraria sempre de tudo.



Breve biografia
Graciliano Ramos de Oliveira nasceu em 27 de outubro de 1892, em Quebrângulo, Alagoas. Criado na Fazenda Pintadinho, no sertão de Pernambuco, aos  sete anos de idade ingressou no internato Alagoano, em Viçosa, e ali publicou sua primeira obra: o conto "Pequeno pedinte",
Em 1905, Graciliano foi para Maceió, sendo matriculado no Colégio Quinze de Março.
Ao completar dezoito anos, foi para “Palmeira dos Índios”, em Alagoas, onde passou a residir, ajudando o pai em uma pequena loja de tecidos.
Entre 1914 e 1915, então no Rio de Janeiro, trabalhou como revisor nos jornais. Voltou a Palmeira dos índios onde vários de seus familiares haviam morrido num surto de peste bubônica.
Em 7 de janeiro de 1928, Graciliano assumiu a prefeitura de Palmeira dos índios. Em 1930, renunciou ao cargo, sendo, em seguida, nomeado diretor da Imprensa Oficial do Estado, de onde se demitiu em dezembro de 1931 por motivos políticos.
No ano seguinte, começou a colocar no papel seu segundo romance, “São Bernardo”, em boa parte escrito na sacristia da igreja Matriz de Palmeira dos índios.
Em 1933, foi nomeado Diretor de Instrução Pública de Alagoas, permanecendo até 1936. Suas ideias políticas fizeram com que fosse preso, sem processo regular, em vários presídios do Rio de Janeiro.
Seu drama e dos companheiros de cadeia foram relatados em “Memórias do cárcere”, publicado postumamente em 1953.
“A terra dos meninos pelados”, obra escrita exclusivamente para crianças, foi terminada nos últimos anos da década de 30, juntamente com as histórias de “Alexandre e outros heróis” e “Pequena História da República”. “A terra dos meninos
pelados” recebeu o Prêmio de Literatura Infantil, concedido pelo Ministério da Educação, em 1937. Em 1938 o autor escreveu o livro que se tornou sua obra-prima:
“Vidas secas”, seu quarto e último romance, voltado para o drama social e geográfico de sua região — o Nordeste.


Graciliano Ramos — o Mestre Graça, como era carinhosamente tratado — faleceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de março de 1953.

Exercícios: 


Exploração do texto
1)    Com auxílio do dicionário, escreva o significado das seguintes palavras ou expressões:
aperrear:
mangar:
aplanar:
estirar

2)    A história do “menino pelado” é longa. Graciliano Ramos contou-a em pequenos capítulos ao todo. Pelo que você acabou de ler, como era o menino?    

3)    Por que o apelido, menino pelado, não irritava tanto assim Raimundo?

4)    Por que Raimundo falava muito sozinho?

5)    Ao desenhar as coisas maravilhosas sobre o país de Tatipirun, como o menino imaginava que eram as pessoas daquele lugar?   

6)    A certa altura do texto, o personagem passa do mundo real para o mundo da imaginação: talvez tenha pegado no sono. Como foi a chegada a Tatipirun?
     
7)    As ações do personagem – levantar-se, entrar em casa, atravessar o quintal e ganhar o morro – são frutos da realidade ou da fantasia?  Justifique.    

Extrapolação do texto
1)    O que você achou da atitude dos meninos pelados em relação ao Raimundo?         

2)    Muitas crianças são tratadas de modo diferente por outras crianças ou por algum defeito físico que possuem, ou pela sua condição econômica, ou pela sua cor. O que você acha disso?  
3)    Encontre no texto adjetivos que caracterizam os seguintes substantivos:     

a) menino: _____________
b) cabeça: _____________
c) gênio: _______________
d) cara: ________________
e) areia: _________________
f) coisas: ______________

  


6)    Raimundo sonhou com a terra de Tatipirum.  Escreva como é a terra de seus sonhos.  Ilustre seu texto.    

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O que é o PNE (Plano Nacional de Educação)


O Plano Nacional de Educação, decenal, aprovado pela lei 13.005/2014, e que estará em vigor até 2024, é um plano diferente dos anteriores. Uma das diferenças é que esse PNE é decenal por força constitucional, o que significa que ultrapassa governos. Tem vinculação de recursos para o seu financiamento, com prevalência sobre os planos plurianuais (PPAs). O amplo processo de debate, que começou na CONAE 2010 e culminou com sua aprovação pelo Congresso Nacional, reforça o caráter especial e democrático desse PNE.



Veja mais em: 







Reforço escolar é bom?

PARTICIPAÇÃO

Reforço escolar

Há escolas que oferecem acompanhamento paralelo às aulas normais para as crianças com dificuldades em determinadas matérias. 


Site Educar para Crescer. Clique aqui 


Foto: Nunca é tarde para turbinar a aprendizagem! Se seu filho precisa de apoio, converse na escola e veja como providenciar

Ninguém é igual ninguém, portanto é natural e esperado que o ritmo de aprendizado seja diferente para cada criança. Ao longo do ano, sempre aparecem defasagens entre os alunos: uns são mais rápidos, outros têm mais dificuldade. Para que esses desníveis não se acentuem com o tempo, muitas escolas têm oferecido programas de reforço escolar no horário contrário ao das aulas. "Temos um sistema com metas gerais, mas cada indivíduo é de um jeito", explica Harlei Florentino, diretor do Colégio Oswald de Andrade, de São Paulo. "Por mais que as aulas procurem atender às necessidades de todos, às vezes é preciso dispor de um tratamento mais individualizado". 


No reforço, os alunos com essas chamadas defasagens - diagnosticadas por professores, com apoio da coordenação ou da diretoria - são reunidos em pequenos grupos para aulas mais dirigidas. "Assim são resolvidos problemas pontuais de assimilação de conteúdo", diz Harlei. A professora Maria Alzira, coordenadora do 1º e 2º ano do Fundamental I do Colégio Sion, também na capital paulista, defende igualmente o papel do reforço na instituição: "Nosso objetivo é dar suporte para que a criança supra as suas dificuldades e avance no processo de aprendizagem de forma tranquila".



Em algumas cidades, o reforço escolar tem sido implantado como uma ferramenta indispensável para os anos da alfabetização. É o caso de Joinville (SC), que tem quase 30 escolas da rede municipal equipadas para aulas especiais no contraturno. Na Escola Municipal Prefeito Wittich Freitag, em Joiville (SC), seis ou menos alunos são reunidos para atividades com recursos tecnológicos, como softwares de alfabetização. "O resultado é muito positivo. Diria que 98% dos alunos saem do reforço lendo e escrevendo", comemora a diretora Marileia da Cunha Melo.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Exercícios de matemática 7º ano (números negativos)

Exercícios
1) Em uma câmara de resfriamento, a temperatura era de 18,9 °C. Dessa maneira, DETERMINE em quantos graus a temperatura deve ser elevada para que a temperatura na câmara seja 3,9 °C.
2) Atualmente, o saldo de uma conta corrente é de  R$ 1640,00. Essa dívida será paga com quatro depósitos iguais. QUAL o saldo da conta após o terceiro depósito?
3) CONSIDERE os valores indicados para resolver as questões A e B:

X= -4

Y= -8

Z= +2




A)   ) CALCULE: X + Y – Z

        B ) CALCULE: X . Y:  Z2


4) Com base nos dados da tabela abaixo, ESCREVA em ordem crescente as medidas de temperatura contidas na tabela.

Elemento
Ponto de Fusão
Ponto de Ebulição
Hidrogênio
-259.1 °C
-252.9 °C
Mercúrio
-38,9 °C
356,6 °C
Estanho
232 °C
2270 °C


5) No dia 3/3 o extrato bancário de João indicava um saldo de - R$1490,00. João quer fazer um depósito de modo que seu novo saldo seja de +R$ 1500,00. DETERMINE qual deve ser o valor depositado por João para que ele obtenha o saldo desejado.

6) Ao abrir uma conta bancária, João tinha saldo R$0,00 e fez uma dívida de R$130,00.  Em três anos essa divida aumentou triplicou de valor. Além disso, ele deve pagar uma multa de R$50,00 pelo atraso. RESPONDA: se João fizer um depósito de R$330,00, o novo saldo será positivo ou negativo? JUSTIFIQUE sua resposta através dos cálculos.



7) Um fabricante anuncia na embalagem que ela contém 500g do produto. Será verdade? Há fiscais do governo para verificar isso. Um fiscal pesou oito pacotes de certo produto. Cada pacote deveria ter 500g, mas alguns tinham mais que 500g e outros, menos. O funcionário anotou a diferença em cada pacote.

8) Resolva as expressões abaixo:
a)    8 – [– (6 + 4) + (3 – 2 – 1)] = 18
b)    – 62 : (– 5 + 3) – [– 2. (– 1 + 3 – 1)² – 16 : (– 1 + 3)² ] = 37
c)    3 . {43 – [5 . 60 – 7 . (– 92 + 80)]} = 156
d)    [(5² - 6.2²).3 + (13 – 7)² : 3] : 5 = 3